Convulsão
Uma convulsão é um fenómeno electro-fisiológico anormal temporário que ocorre no cérebro (descarga bioenergética) e que resulta numa sincronização anormal da actividade eléctrica neuronal. Estas alterações podem reflectir-se a nível da tonicidade corporal (gerando contracções involuntárias da musculatura, como movimentos desordenados, ou outras reacções anormais como desvio dos olhos e tremores), alterações do estado mental, ou outros sintomas psíquicos.
1. Sintomas
O individuo, nas crises, pode apresentar perda de memória, sensação de dejà vu (locais estranhos tornam-se familiares), sensações anormais espasmos musculares intensos, grandes contracções musculares e dentes cerrados.
2. Tipos de convulsões
- A crise convulsiva é generalizada quando há movimentos de braços e pernas, desvio dos olhos e libertação dos esfíncteres associada à perda da consciência.
- É denominada focal simples, quando as contracções acontecem num membro do corpo (braço, perna) e não fazem com que a pessoa perca a consciência. Se houver perda da consciência associada à contracção de apenas um membro damos o nome de focal complexa.
- As crises podem apresentar-se ainda como uma "moleza" generalizada no corpo da pessoa; estas são as crises atónicas.
- A crise de ausência caracteriza-se pela perda da consciência, em geral sem quedas e sem actividade motora. A pessoa fica com o “olhar perdido” por alguns momentos.
3. Principais causas de convulsão
São várias as causas que podem levar à convulsão, sendo as principais:
- Acidentes de carro, quedas e outros traumas na cabeça;
- Meningite;
- Desidratação grave;
- Intoxicações ou reacções a medicamentos;
- Hipoxemia perinatal (falta de oxigénio aos recém nascidos em partos complicados);
- Hipoglicemia (baixa glicose no sangue);
- Epilepsia (crises convulsivas repetitivas não relacionadas à febre nem a outras causas acima relacionadas; têm forte herança familiar);
- Convulsão Febril (causada por febre).
4. Convulsão febril
A convulsão febril é o distúrbio convulsivo mais comum na infância. Acontece entre 2 a 5% das crianças até 5 anos de idade. Ela é definida como “uma crise que ocorre na infância, geralmente entre três meses e cinco anos de idade, associada a febre, mas sem evidência de infecção intracraniana (como meningite) ou de doença neurológica aguda (trauma, tumor)”. Normalmente não deixa sequelas, raramente ocorre mais de três vezes e desaparece após os 5 anos de idade. A crise febril normalmente é generalizada e ocorre durante a rápida elevação da febre.
5. Procedimentos durante uma crise convulsiva
A crise convulsiva costuma ser um momento de muito stress. A primeira coisa que se deve ter em mente é que a maioria das crises dura menos que 5 minutos e que a mortalidade durante a crise é baixa. Assim, deve-se manter a calma para que se possa, efectivamente, ajudar a pessoa.
Medidas protectoras que devem ser tomadas no momento da crise:
• Deitar a pessoa (caso ela esteja de pé ou sentada), evitando quedas e traumas;
• Remover objectos (tanto da pessoa quanto do chão), para evitar traumas;
• Afrouxar roupas apertadas;
• Proteger a cabeça da pessoa com a mão, roupa, travesseiro;
• Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra (evitando aspiração);
• Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para facilitar a respiração;
• Observar se a pessoa consegue respirar;
• Afastar os curiosos, dando espaço para a pessoa;
• Reduzir estimulação sensorial (diminuir luz, evitar barulho);
• Permitir que a pessoa descanse ou até mesmo durma após a crise;
• Procurar assistência médica.
Se possível, após tomar as medidas acima, deve anotar os acontecimentos relacionados com a crise. Deve-se registrar:
• Início da crise;
• Duração da crise;
• Eventos significativos anteriores à crise;
• Se há incontinência urinária ou fecal (eliminação de fezes ou urina nas roupas);
• Como são as contracções musculares;
• Forma de término da crise;
• Nível de consciência após a crise.
6. O que não fazer durante uma crise convulsiva
Várias medidas erradas são comummente realizadas no socorro de uma criança com crise convulsiva. Não deve ser feito:
• NÃO se deve imobilizar os membros (braços e pernas), deve-se deixá-los livres;
• NÃO tentar balançar a pessoa.
• NÃO coloque os dedos ou outros objectos dentro da boca da pessoa, involuntariamente ela pode feri-lo.
• NÃO dar banhos nem usar compressas com álcool caso haja febre pois há risco de afogamento ou lesão ocular pelo álcool;
• NÃO medique, mesmo que tenha os medicamentos, na hora da crise, pela boca. Os reflexos não estão totalmente recuperados, e pode-se afogar ao engolir o comprimido e a água;
3 comentários:
sim sei o que é esse dilema pois o meu filho teve convulsãoes febris e na altura desconhecia o que fazerera bom que tivesse um espaço como este onde pudesse ler o que li hoje e esclarecer as minhas duvidas que eram muitas na altura .
bom trabalho continue a esclarecer -nos sobre doenças e mitos
Cumprimentos:
Fátima Mendes
Este post é mais uma prova de k este é um sitio a visitar regularmente... O quanto é importante saber como agir em situações deste tipo.
Lembro me de na minha adolescencia ter visto um rapaz em convulsões e sentir o panico dos adultos k estavam à sua volta pois não sabiam como actuar!
Muito bem sempre no seu melhor esclarecer o pessoal, sempre rigiroso até mesmo a esclarecer tudo ao premenor muito bem com este esclarecimentos vai ser mais fasil nao entrar em panico quando estivemos ao vivo numa situação e saber agir corretamente. cumprimentos
Enviar um comentário